OS DESAFIOS DA PRÁTICA DA BENZEÇÃO NO ESTADO DE RONDÔNIA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.35701/rcgs.v26.969Palavras-chave:
Sagrado, Benzeção, Benzedeiras, ResistênciaResumo
Este artigo tem como objetivo discutir e demonstrar práticas da benzeção, do benzer, através dos seus praticantes, as benzedeiras e os benzedores que em geral são pessoas de idade avançada que possuem o dom da cura de febres, tosses, dores de cabeça e coisas “simples” como o “mau-olhado”, o “susto”, o “quebranto” que não pode ser curado por meios da medicina moderna. O texto aborda a prática da benzeção em municípios de Rondônia, norte do Brasil, onde por conta da abundância de ervas, plantas medicinais e de forte influência indígena, há locais no Estado onde é possível encontrar este tipo de medicina vernacular. A importância de se estudar as características dessa prática está no que tange à resistência que ela enfrenta, principalmente, da ala religiosa cristã que tem a percepção sobre ela como algo maléfico, que se utiliza de orações, de feitiçaria, de “bruxarias”, como algo pecaminoso, que leva a uma visão deturpada da prática do benzer. Dessa forma, este trabalho é uma forma de demonstrar que a prática da benzeção, do benzer, nada mais é que uma ação de amor, de afeto, de cura pelo sagrado. Como resultado, verifica-se que há lutas a serem travadas, mas há também conhecimentos, experiências que na prática salvam vidas e devem ser compartilhadas não só entre os benzedores/benzedeiras, mas também entre a medicina moderna. Deve haver uma colaboração, pois, o conhecimento vernacular é um complemento da medicina dogmatizada moderna e vice-versa.
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