TERRAÇO MARINHO ENTRE BARREIRAS DE BAIXO E TIBAU: ASPECTOS GENÉTICOS E MORFOLÓGICOS

Autores

  • Antonio Rodrigues Ximenes Neto Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica
  • Filipe Maciel de Moura Universidade Estadual do Ceará
  • Eduardo Lacerda Barros Universidade Federal do Ceará/LABOMAR
  • Paulo Roberto Silva Pessoa Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica
  • Jáder Onofre de Morais Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica

DOI:

https://doi.org/10.35701/rcgs.v21n2.495

Palavras-chave:

Cristas de Praia, Progradação Sedimentar, Variação do Nível do Mar

Resumo

Os terraços marinhos são importantes indicadores de progradação sedimentar em resposta a queda do nível de base/mar. A área de estudo no município de Icapuí é delimitada entre Barreiras de Baixo e Tibau, com o objetivo de analisar as unidades morfológicas associadas a um terraço marinho, além da proposta preliminar de um modelo genético holocênico. Utilizou-se de Ortofotos e Lidar adquiridas junto a Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), a partir destes dados foram gerados perfis topográficos, tridimensionais e classificação de unidades geomorfológicas. O terraço marinho apresentou duas orientações principais: NW-SE e NNW-SSE. Sendo que o primeiro possui as maiores extensões, menores cotas topográficas, maior penetratividade da maré e grande presença das cristas de praia (beach ridges). O segundo setor é caracterizado pela grande presença de campos de dunas. Foi apontado 5 fases evolutivas para a gênese do terraço marinho, considerando as curvas de Bezerra et al., (2003) e Caldas et al., (2006). O Holoceno Superior é nitidamente caracterizado pela queda do nível do mar que pode ter favorecido a progradação das cristas de praia. Destaca-se que no setor mais extenso do terraço (~3,2km) são verificadas algumas ilhas barreiras isoladas, o que pode denotar uma pequena oscilação neste setor.

Palavras-chave: Cristas de Praia; Progradação Sedimentar; Variação do Nível do Mar.

 

ABSTRACT

Marine terraces are important deposits of sedimentary progradation in response to sea level fall. The study area is delimited between Barreiras de Baixo and Tibau. It presented the aim of analyzing the morphological units associated to a marine terrace, in addition to the preliminary Holocene genetic model. Topographic, three-dimensional profiles and classification of geomorphological units were obtained from Ortofotos e Lidar, acquired in the SEMACE. The marine terrace showed two major orientations: NW-SE and NNW-SSE. The first has the greater width, smaller topographic level, greater influence of the tide and great presence of beach ridges. The second sector is characterized by the great presence of dune fields. Five evolutionary phases of the sea terrace were identified, considering the curves of Bezerra et al. (2003) and Caldas et al. (2006). The Upper Holocene is clearly characterized by sea level drop that may have favored the beach ridges progradation. It is noteworthy that in the larger sector of the terrace (~ 3.2km) there are some isolated barrier islands, which may indicate a small oscillation in this sector.

Key-words: Beach Ridges; Sedimentary Progradation; Sea-Level Changes.

 

RESUMEN

Las terrazas marinas son indicadores importantes de la progradación sedimentaria en respuesta a la caída en la base/nivel del mar. El área de estudio en el municipio de Icapuí está delimitada entre Barreiras de Baixo y Tibau y presenta el objetivo de analizar las unidades morfológicas asociadas a una terraza marina, además de la propuesta preliminar de un modelo genético del Holoceno. Se utilizó Ortofotos y Lidar adquiridos del Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), a partir de estos datos se generaron perfiles topográficos, tridimensionales y clasificación de unidades geomorfológicas. La terraza marina tiene dos orientaciones principales: NO-SE y NNO-SSE. El primero tiene las extensiones más grandes, las dimensiones topográficas más bajas, la mayor penetración de la marea y la gran presencia de crestas de playa. El segundo sector se caracteriza por la gran presencia de campos de dunas. Se identificaron cinco fases evolutivas para la génesis de la terraza marina, considerando las curvas de Bezerra et al. (2003) y Caldas et al. (2006). El Holoceno Superior se caracteriza claramente por la caída del nivel del mar que puede haber favorecido la progradación de las crestas de las playas. Es de destacar que en el sector más grande de la terraza (~ 3.2 km) hay algunas islas de barrera aisladas, lo que puede indicar una pequeña oscilación en este sector.

Palabras clave: Crestas de playa; Progradación sedimentaria; Variación del nivel del mar.

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Biografia do Autor

Antonio Rodrigues Ximenes Neto, Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica

Bacharel e Mestre em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará. Atualmente é Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UECE. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: sedimentologia costeira e marinho-raso; geomorfologia litorânea e de plataforma continental; estratigrafia sísmica de vales incisos; ecofácies de área portuárias e indicadores geológico-geomorfológicos de variação do nível do mar.

 

Filipe Maciel de Moura, Universidade Estadual do Ceará

Possui graduação em Bacharelado em Geografia pela Universidade Federal do Ceará UFC (2014). Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia PROPGEO da Universidade Estadual do Ceará UECE (2017). Atualmente é Doutorando em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia PROPGEO da Universidade Estadual do Ceará UECE (2018). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em GEOGRAFIA FÍSICA atuando nas seguintes áreas: Geomorfologia Fluvial e Costeira. Tem experiência também em GEOINFORMÁTICA atuando nas seguintes áreas: Sistemas de Informação Geográfica (Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica, Análise Espacial de Dados Geográficos, Aplicações de Redes Neurais Artificiais); Banco De Dados Geográficos (Modelos, Linguagens, Arquiteturas e Intercâmbio Sintático e Semântico de Dados Espaciais); Geoestatística (Inferência Geográfica, Tratamento de Incertezas e Suporte à Decisão) e Sistemas de Navegação Global por Satélites (GNSS).

 

Eduardo Lacerda Barros, Universidade Federal do Ceará/LABOMAR

É Bacharel em Geografia, formado em 2012 pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atua desde a graduação no Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica (LGCO/UECE) como membro do Grupo de Pesquisa Sistemas Costeiros e Oceânicos cadastrado no CNPq, que possuí mais de 20 anos de experiências em trabalhos realizados ao longo da zona costeira do Estado do Ceará. Tem Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais pelo Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará (UFC) entre os anos de 2012 e 2014. Doutor em Ciências Marinhas Tropicais pelo LABOMAR/UFC e membro do corpo editorial da Revista GEOUECE, Revista de Geografia do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UECE. Tem experiência em Geografia Costeira e Marinha e Oceanografia Geológica, atuando principalmente nos seguintes temas: Geomorfologia Costeira, Erosão Costeira, Gerenciamento Costeiro, Uso e Ocupação do Litoral e Sedimentologia. É atualmente professor substituto dos cursos de Ciências Ambientais e Oceanografia do Instituto de Ciências do Mar - LABOMAR da Universidade Federal do Ceará - UFC.

 

Paulo Roberto Silva Pessoa, Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica

Doutor em Geografia (PROPGEO-UECE), Mestre em geografia na área de concentração em Análise Geoambiental e Ordenação do Território (MAG-UECE). Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará (1994). É Professor Efetivo do curso de Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Ceará desde 2005. Foi Professor da Universidade Regional do Cariri (URCA) no período de 2000 a 2004, na qual foi Pro-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. Pesquisador do Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica (LGCO da UECE) desde 1996, Membro do grupo de pesquisa Sistemas Costeiros e Oceânicos do CNPq. Foi representante da UECE no Programa de Geologia e Geofísica Marinha- PGGM no período de 1999 a 2000. Consultor da Secretaria de Educação do Estado para a produção de material didático em Geografia para o ensino médio. Representante da URCA do Conselho Estadual do Meio Ambiente (2000-2004). Representante da UECE no CREA-CE. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando em Climatologia e Recursos Hídricos, Hidroclimatologia da zona Costeira e rios do semiárido, Clima e dinâmica do litoral, Clima e impactos socioambientais, Clima e recursos hídricos no ensino médio e Educação Ambiental.

 

Jáder Onofre de Morais, Universidade Estadual do Ceará/Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica

Geólogo pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Marine Earth Sciences pelo Universidade de Londres; Doutor em Marine Geology na Faculty of Sciences University of London e Pós-Doutor em Geologia Ambiental no Royal Holloway and Bedford New College na University of London com bolsa do CNPq (1989-1992). Visiting Research Fellow na Universidade de Londres. Foi professor auxiliar, adjunto e Titular do Departamento de Geologia da UFC, Pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará, do qual foi por 12 anos seu diretor. Criou a Divisão de Oceanografia Abiótica e implantou a participou em diversas expedições oceanografias; Participou da criação do Departamento de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará. Foi Chefe de Departamento de Geologia e criou o Laboratório de Geologia Marinha, o qual participou de varias expedições oceanográficas de relevância para o país. Agregou um grupo de pesquisadores na área pertinente que hoje conduzem os trabalhos e liderança de grupos de pesquisa. Estendeu as atividades de pesquisa englobando universidades de estados vizinhos, a exemplo da Universidade Federal do Maranhão. Pelo incentivo e intercâmbio de pesquisa e fortalecer a criação do LABOHIDRO para pesquisa nesta área do conhecimento recebeu o título de Professor Honoris Causa. Aposentou- se na UFC em 1995, como professor Titular do Depto. de Geologia, e logo em seguida fez concurso para Professor Titular da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em junho de 1998. Criou o Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica (LGCO) e criou o grupo Sistemas Costeiros e Oceânicos em 1996, que agrega pesquisadores de várias estados do país. Foi nomeado Diretor Cientifico (1998 a 2000) e Diretor Presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) no período de 2000 a 2004, onde foi incentivado o apoio aos estudos oceanográficos e geologia marinha. Foi Reitor da UECE no Período de 2004 a 2008. Membro do comitê assessor de Oceanografia por dois períodos. Membro desde 1970 e foi três vezes presidente do Programa de Geologia e Geofísica Marinha- PGGM. Coordenou e participou de projetos internacionais em parceria com Alemanha, Inglaterra, Espanha, Portugal, EUA, dentre outros. Aposentou-se na UECE em novembro de 2014 e permaneceu com vinculo com esta instituição como professor permanente do Programa de Pós-graduação em Geografia e ao LGCO, coordenando suas atividades científicas, projetos de pesquisas e orientando alunos de graduação e pós graduação nas áreas costeiras e oceânicas. Atualmente é Professor permanente nos Programas de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (PPGCMT-Labomar-UFC), em Geografia (PROPGEO-UECE) e Mestrado em Recursos Naturais da UECE (MARENA) orientando alunos de mestrado e doutorado. É membro titular da Academia Cearense de Ciências-ACECI desde 1985, exercendo o cargo de presidente de 2011 a 2015. Nos anos de 2016 e 2018 recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Estadual do Ceará e Universidade Federal do Ceará, com destaque para a prdução científica, criação de grupos de pesquisas e laboratórios voltados as ciências do mar. Tem experiência na área de Oceanografia, com ênfase em Oceanografia Geológica atuando principalmente nos seguintes temas: Geologia Marinha, Sedimentação costeira e marinha, evolução da zona costeira, impacto ambiental, erosão costeira, geologia ambiental e aplicações no gerenciamento costeiro.

 

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Publicado

2019-09-30

Como Citar

XIMENES NETO, A. R.; MOURA, F. M. de; BARROS, E. L.; PESSOA, P. R. S.; MORAIS, J. O. de. TERRAÇO MARINHO ENTRE BARREIRAS DE BAIXO E TIBAU: ASPECTOS GENÉTICOS E MORFOLÓGICOS. Revista da Casa da Geografia de Sobral (RCGS), [S. l.], v. 21, n. 2, p. 381–392, 2019. DOI: 10.35701/rcgs.v21n2.495. Disponível em: //rcgs.uvanet.br/index.php/RCGS/article/view/495. Acesso em: 24 abr. 2024.

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