A PRODUÇÃO SOCIAL DO TRABALHO (IN)FORMAL NA REDE DE RECICLAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Uilmer Rodrigues Xavier da Cruz Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG
  • Ricardo Alexandrino Garcia Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

DOI:

https://doi.org/10.35701/rcgs.v23.785

Palavras-chave:

Catadores de materiais recicláveis, Espacialidades de trabalho, Rede de Reciclagem do Estado do Rio de Janeiro, Trabalho informal

Resumo

O presente texto objetivou compreender de que modo os catadores de materiais recicláveis instituem suas espacialidades de trabalho através da Rede de Reciclagem do Estado do Rio de Janeiro. A fim de responder à questão apresentada, enquanto metodologia operacional, foram aplicados questionários a uma população total de 3084 catadores de materiais recicláveis do Estado do Rio de Janeiro[1]. Posteriormente à aplicação destes questionários, os dados foram tabulados e organizados, transformando-os em informações gráficas passíveis de análise. A intersecção entre o procedimento metodológico-operacional e a literatura específica demandada pela realidade observada, levanta algumas características específicas dessa população, tais como: condição de trabalho informal e precário, classe de renda baixa, baixo grau de escolaridade, idade avançada, falta de capacitação profissional, não acesso ao mercado de trabalho formal e, diante disso, a vivência espacial destes sujeitos a partir da marginalidade social.

 

[1] Para o desenvolvimento do relatório desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente — CRS/ Fundação Getúlio Vargas — FGV e pela ONG PANGEA — Centro de Estudos Socioambientais, que identificou e cadastrou, em 2014, 3.084 (três mil e oitenta e quatro) catadores e catadoras de materiais recicláveis e realizou diagnóstico socioeconômico de empreendimentos econômicos solidários da rede produtiva de catadores em 41 municípios do estado do Rio de Janeiro. Participei tanto como funcionário em sua execução quanto da criação do sistema destinado a compilar as informações coletadas na pesquisa, gerando mapas e arquivos de dados. Contamos, também, com a colaboração de 40 (quarenta) recenseadores, que estiveram encarregados de realizar as visitações aos catadores de materiais recicláveis, realizando as devidas entrevistas presenciais com estrutura fechada. Neste trabalho, com duração de 6 (seis) meses, foram utilizados, como recurso metodológico, aparelhos de Global Positioning System — GPS, a fim de obter precisão quanto à localização de cada um dos catadores. A atualização dos dados aconteceu via software CATAsig Sistema de Gestão de Cooperativas de Catadores — número do registro: BR512013000238-9 — INPI — Instituto Nacional da Propriedade Industrial, implementado nas cooperativas de catadores de materiais recicláveis via contrato com o Governo do Estado do Rio de Janeiro — Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS).

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Biografia do Autor

Uilmer Rodrigues Xavier da Cruz, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) (2020). Mestre em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (2019), Graduação em Geografia - Ênfase em Sistemas de Informações Geográficas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) (2008). Interesse de investigação: Rede de reciclagem, cadeia globais, circuitos da economia urbana, produção social do trabalho, narrativas do poder e espaço, políticas públicas de coleta seletiva, gestão integrada de resíduos sólidos, tecnologias sociais para gestão integrada de resíduos sólidos. Responsável por implantar o software CATAsig, PLACAR DA RECICLAGEM e por ministrar cursos, palestras, capacitações em várias cooperativas de catadores no estado da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. E-mail: uilmer@ufmg.br.

Ricardo Alexandrino Garcia, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Professor do departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordena, desde 2010, o Laboratório de Estudos Territoriais (LESTE/IGC/UFMG); foi o Coordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia (2015-2019), sub-coordenou o programa de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais (2013-2015), sub-chefiou o departamento de Geografia (2014-2015) e foi o diretor do Instituto Casa da Glória (Eschwege) entre 2010 e 2013, todos vindulados ao IGC/UFMG; é o editor chefe do Cadernos do Leste (1679-5806), editor da revista Geografias (1808-8058), revisor de diversos periódicos científicos e lidera o grupo de pesquisa em Geografia Aplicada (CNPq). Possui mestrado (2000) e doutorado (2002) em Demografia pela UFMG e graduação em Psicologia (1995) pela USP. Tem experiência de pesquisa em geografia regional, métodos de análise regional e desenvolvimento econômico; geografia aplicada, distribuição espacial das atividades econômicas e regionalização; teoria e métodos quantitativos, modelos estocásticos, multivariados e espaciais, e modelagem de sistemas, geoprocessamento e modelos espacialmente explícitos; projeção populacional, com ênfase nos modelos de componentes da dinâmica demográfica e de pequenas áreas; distribuição espacial da população, movimentos populacionais e migração. Vem publicando e orientando, ultimamente, diversos trabalhos acadêmicos nas áreas da Geografia Econômica, Planejamento Urbano e Regional, Ciências Ambientais, Demografia e Economia Regional.

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Publicado

2021-10-01

Como Citar

CRUZ, U. R. X. da; GARCIA, R. A. A PRODUÇÃO SOCIAL DO TRABALHO (IN)FORMAL NA REDE DE RECICLAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Revista da Casa da Geografia de Sobral (RCGS), [S. l.], v. 23, n. 2, p. 279–316, 2021. DOI: 10.35701/rcgs.v23.785. Disponível em: //rcgs.uvanet.br/index.php/RCGS/article/view/785. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos